Estupro é risco ocupacional para as mulheres que se alistam no exército Americano. Acredito que a maioria das pessoas, ao ler essa frase, pensaria no algoz como um inimigo - alguém do lado de lá das trincheiras, cuja língua pátria certamente não é o inglês. Entretanto, a realidade é muito diferente disso. De acordo com as pesquisas do próprio exército, meio milhão de soldados (sim, homens E mulheres) foram estuprados por "soldados irmãos" nos últimos anos. É a institucionalização do estupro, assim como há anos temos visto a institucionalização da pedofilia dentro da igreja católica. O problema não é a igreja em si, nem o exército em si, mas as condições que os altos escalões de ambas as instituições criaram e o tipo de pessoa que essas condições atraem. Quer estuprar livremente, sem que nada lhe aconteça? Aliste-se no exército Americano. Quer exercitar a pedofilia, sem que nada lhe aconteça? Invista no sacerdócio. A sensação de impotência de um pai - também militar - que narra o episódio lamentável ocorrido com sua filha, que era virgem, resume o horror e a imensa impotência sentidos frente a uma praga que todos conhecem, mas sobre a qual nada podem fazer. Documentário excelente.